Hoje trago uma sugestão de leitura muito importante para professores que pretendem trabalhar com alfabetização. É o livro de Manoel Bergström Lourenço Filho " TESTES ABC Para a verificação da maturidade necessária à aprendizagem da leitura e da escrita "
São 203 páginas de um material riquíssimo
Alfabeto e educação
Nossas escolas
primárias estão especialmente – se não exclusivamente – montadas para o ensino
rudimentar da leitura e da escrita. Razões históricas têm levado a confundir os
problemas gerais da educação popular com o mero aprendizado das primeiras
letras. Alfabetizar e alfabetização são palavras que nossos dicionários
registraram antes que os de outras línguas. Temo-nos insurgido contra esse modo
de encarar a função da escola e, desde muito, em estudo de síntese das novas
tendências da educação primária, procuramos demonstrar quão errônea se nos
afigura essa limitada política do abecê (cf. Lourenço Filho, 1940, 1944, 1969).
A escola popular
carece de ter hoje função socializadora muito mais profunda e extensa. Alfabeto
e cultura não são sinônimos e, muito menos, alfabeto e educação. Por esta temos
que entender adaptação convinhável ao tempo e ao meio, orientação das novas
gerações aos problemas da vida presente, já nos seus variados aspectos de
defesa da saúde e produção da riqueza, já nos de equilíbrio e melhoria das
instituições sociais. Ajustamento enfim às possibilidades e necessidades de
cada região, com respeito aos quadros do tempo – ou educação de base, como o
define a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura
(Unesco).
O aprendizado da leitura e da escrita por
certo que aí entra – em tal conjunto de técnicas adaptativas – como processo
elementar, mero instrumento, nunca a finalidade mesma. Se um argumento vivo
para o caso brasileiro devesse ser lembrado, bastaria invocar o fracasso social
que o ensino das escolas rurais representa em quase todos os Estados. Já uma
vez salientamos o inocente sofisma de onde brota a confusão do ensino de
primeiras letras com o da educação popular: o de assimilar-se a fase inicial da
cultura de um povo iletrado como o nosso com a do indivíduo ignorante, e
imaginar-se que a construção de cultura no plano social se deva fazer,
igualmente à do plano individual, por etapas sucessivas, em relação à
totalidade da população. “Como falar em cultura, no Brasil, se 40% dos
brasileiros de 15 anos e mais são analfabetos?” – perguntam sinceramente muitos
dos que escrevem acerca de nossos problemas de educação. Não é aqui o lugar
indicado para maior análise da questão, como já o temos feito. Sugerimo-la
apenas para localizar o problema específico deste trabalho e justificar, assim,
o esforço empregado na organização de meios que verifiquem a maturidade
necessária à aprendizagem da leitura e da escrita, a fim de homogeneizar as
classes que o tenham de fornecer, imprimindo-lhes ao trabalho maior rendimento.
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